“Assassinato de um vietcongue pelo chefe da polícia de Saigon”
Eddie Adams, 1968
“As fotografias são a arma mais poderosa do mundo”
Uma citação adequada para Adams, porque sua fotografia de 1968 de um oficial atirando na cabeça de um prisioneiro algemado à queima-roupa não só lhe rendeu o Prêmio Pulitzer em 1969, mas também contribuiu muito para azedar as atitudes dos americanos quanto a Guerra do Vietnã.
Apesar de todo o impacto político da imagem, a situação não era tão preto no branco como é apresentada. O que a fotografia de Adams não revela é que o homem sendo baleado era o capitão de um “esquadrão de vingança” vietcongue que executou dezenas de civis desarmados no mesmo dia. Independente disso, esta foto se tornou um ícone da selvageria da guerra e tornou o oficial que puxou o gatilho – General Nguyen Ngoc Loan – seu icônico vilão.
Infelizmente, o legado da fotografia assombraria o General Loan pelo resto de sua vida. Após a guerra, ele foi insultado onde quer que fosse. Depois que um hospital australiano se recusou a tratá-lo, ele foi transferido para os Estados Unidos, onde enfrentou uma campanha massiva para deportá-lo. Ele acabou se estabelecendo na Virgínia e abriu um restaurante, mas foi obrigado a fechá-lo – vândalos rabiscaram “nós sabemos quem você é” nas paredes, e o negócio simplesmente acabou.
Adams se sentiu tão mal pelo General que se desculpou por ter tirado a foto, admitindo: “O general matou o vietcongue; eu matei o general com minha câmera”.