Nascida em Nova Jersey, em 1895, de uma família de imigrantes alemães, Dorothea Lange passou a se interessar por fotografia após o abandono do pai, aos 12 anos. Estudou fotografia na Universidade de Columbia. Em 1918, mudou-se para California, onde abriu negócio próprio.
Com a Crise de 1929, provocada pela quebra da Bolsa de Nova York, Dorothea passou a fotografar as ruas. Seu talento nato aliado à sensibilidade fotográfica chamou atenção de fotógrafos mais experientes, o que a levou trabalhar para a FSA, programa criado para promover o desenvolvimento de áreas agrícolas americanas.
Em 35, casou-se com o seu segundo marido, Paul Taylor Schuster. Taylor orientou Dorothea nas questões políticas e sociais. Juntos, documentaram entre os anos de 35 e 39 a pobreza rural, o sofrimento dos pobres, dos esquecidos, dos desempregados e a exploração de trabalhadores imigrantes nos Estados Unidos. Suas imagens eram distribuídas gratuitamente a jornais de todo o país, tornando-se fortemente representativas da época.
A fotografia mais conhecida deste período é a “Mãe Imigrante”, um dos mais icônicos registros da história da fotografia, retratando uma imigrante com três de seus sete filhos. É o símbolo do pior e mais longo período de recessão econômica do século XX.
Suas imagens denunciam o preconceito, como exemplo, a situação dos japoneses após o ataque a Pearl Harbor. As fotografias desse episódio foram tão criticadas que o exército as confiscou. Hoje elas estão disponíveis no site do arquivo nacional do país e na Biblioteca Bancroft, da Universidade da Califórnia.
Hoje, mais de cinco décadas após sua morte, sua obra é cada vez mais celebrada e estudada nas universidades do mundo todo. Representam uma fotografia com crítica social, um talento para poucos: o de enxergar além da própria existência.
A categoria “Citações Inspiradoras” é dedicada aos fotógrafos do mundo inteiro, de todas as épocas, de grande expressão mundial, responsáveis por contribuir para que a fotografia se tornasse o que é hoje.